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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Elas mudaram!

      Uma mulher com cara furiosa olha ao redor e dá um suspiro: Haããnnn!
      Norma a olha e pergunta à amiga: Que foi Marcinha?
      Tem muitos gatos aqui nesta festa. Nossa! E eu perdendo tempo com aquele grosseirão lá em casa. 4 anos... 4 anos!!
      Norma diz: Eu queria um dedo destroncado daqueles na minha, mas...
      Olha aqui Norma, eu não quero falar nisso. E se você repetir esta frase de novo não falo mais com você. Não foi com você e assunto encerrado.
      Norma passara o trajeto todo falando que ela estava desperdiçando uma oportunidade rara na vida. Dormir e acordar com o Afonsão era o sonho de 9 em cada 10 mulheres do bairro, como ela não via a burrada que estava fazendo?
      Mas Marcinha estava decidida que com aquele animal não dormia mais.
      Afonso estava em casa desconsolado. Abriu uma garrafa de cerveja para tentar afogar as mágoas, mas uma garrafa não ia adiantar. E como só tinha aquela em casa, desistiu da idéia. Não sairia pra rua por nada nesta noite.
      Tinha parado de beber por causa da Marcinha, que era toda natureba e dizia que o único álcool permitido em casa era o vinho, desde que em pequenas doses. Como não gostava de vinho, tinha estoque de suco de graviola - sugestão da Marcinha que acabou virando sua bebida predileta. Agora que estava livre para beber o que quisesse, daria tudo para poder beber novamente seu suco de graviola, desde que na companhia da mulher (ou ex) e não sozinho como agora.
      Altas horas e um cara pergunta a Norma: Vocês estão sozinhas?
      Norma olha com desprezo e dá um fora daqueles no sujeito.
      Marcinha quis saber o que havia acontecido para a amiga ter um "pití" daqueles, mas esta última diz que não era nada, apenas um bebezão abusado, com músculo abaixo do pescoço e vácuo acima.
      Afonso toma duas boletas para dormir, mas não consegue pregar o olho. Abraça-se ao travesseiro com o cheiro da amada e cai em lágrimas. O bebezão parecia estar ali, sem músculos nem em cima nem embaixo do pescoço, mas com o mel nos lábios e sutileza nas palavras que faziam a mulherada do bairro suspirar por ele. Invejavam mas também admiravam seu amor por Marcinha.
      Tentou ligar 17 vezes para a mulher, mas esta não atendia, deixara o celular na casa da amiga, prevendo tais ligações e não queria ser incomodada na sua noite de desforra.
      Enquanto isso Marcinha requebrava na pista de dança e deixara a vida comedida de lado. Havia comido duas fatias de torta de sorvete com muita cobertura, tomado três doses de tequila com ritual completo e aceitado todo tipo de bebida que lhe ofereceram na festa. Ela e a amiga estavam altas quando foram pegar o táxi para voltar pra casa. Norma estava em pior estado que ela, sem condições de pronunciar uma única palavra que se entendesse.
      Marcinha ficou indignada, mas como toda indignação de bêbada irritada não tem muito efeito, e já estavam dentro do táxi, só soube dizer o endereço habitual: o do seu apartamento. O mesmo em que Afonsão estava agarrado ao seu travesseiro, inconsolável.
      Chegando ao destino, o taxista demorou mais de 5 minutos até que conseguisse tirar as duas do táxi. Para piorar, foi obrigado a ajudar a segurar uma delas enquanto a outra tentava colocar a chave no buraco da fechadura - que parecia se mover... Foram socorridos pelo porteiro, que ajudou a entrarem no prédio, depois no elevador.
      Chegando ao apartamento não chegaram a bater 3 vezes na porta e lá estava o Afonsão todo animado com a chegada das duas. Nem se importou com o estado alcoólico de ambas. Levou um chega pra lá inicial, mas acabou ajudando a acomodar as duas e foi dormir alegre porque Marcinha havia lhe dito que depois se falavam, quando pudesse pronunciar uma frase inteira com sentido.
      Afonsão acorda e vai direto ao encontro da amada.
      Lá está um bilhete que diz o seguinte:
      Obrigado Afonso. Se você tivesse notado minha escova progressiva e a nova cor do meu cabelo, tudo poderia ser diferente. Mas não é. Espero que você sofra. Estou indo para o mundo. Me liga quando quiser, se não atender foi porque achei um escroto que notou meu cabelo, embora saiba que nunca mais sentirei um beijo igual ao seu.
      Afonso lê incrédulo o bilhete. Como poderia imaginar que quatro anos de amor seriam jogados fora por uma simples cor de cabelo e uma escovinha. Pô! Se ainda fosse troca de sexo ou houvesse uma fratura exposta. Mas uma escovinha...
      Não dá mais para se dizer quem é o sexo frágil, apenas que as mulheres não são mais as mesmas. Nem melhores nem piores: mudadas!

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